São Paulo - O preço de venda do metro quadrado dos imóveis prontos, a maioria usados, e anunciados na internet, subiu, em média, 1,2% em agosto, depois de ter aumentado 1,1% em julho, segundo o Índice FipeZAP. O indicador apura as cotações em 16 cidades. Em 12 meses até agosto, o aumento acumulado foi de 12,3%, praticamente o dobro da inflação do período, medida pelo IPCA-15 (6,15%).
Apesar de a valorização dos imóveis superar de longe a inflação, o coordenador do Índice FipeZAP, Eduardo Zylberstajn, ressalta que os sinais de desaceleração dos preço ficaram mais evidentes em agosto. Para sustentar essa avaliação, ele observa que o índice que considera apenas sete cidades registrou, no mês passado, a mesma variação de julho, isto é, subiu 1% e não houve aceleração em relação ao mês anterior.
Além disso, o economista ressalta que em seis das sete cidades pesquisadas, o preço médio do metro quadrado dos imóveis anunciados subiu menos em agosto. No caso de Belo Horizonte, o preço médio caiu 0,3% no mês passado, a quarta retração consecutiva.
Outro resultado de agosto que chamou a atenção do economista foi o comportamento dos preços em Niterói (RJ), que ficaram praticamente estáveis no mês passado, após um forte período de alta.
Aluguel. No caso dos preços de locação, pesquisados em apenas duas capitais, São Paulo e Rio de Janeiro, Zylberstajn ressalta que eles registraram a primeira queda em três anos no Rio de Janeiro. O preço do metro quadrado para locação recuou 0,01%. "Isso não ocorria desde junho de 2010 (-0,4%)", diz o economista. No mês passado, houve retração nos preços do aluguel dos imóveis de um e quatro dormitórios no Rio de Janeiro, mostra a pesquisa.
Na avaliação de Zylberstajn, o preço do metro quadrado de aluguel é uma referência importante para o mercado imobiliário porque mede a capacidade de pagamento da população. Quando esse preço recua, é sinal de que o poder de consumo está diminuindo. E, para ele, isso está ocorrendo.
"A desaceleração dos preços dos imóveis não é uma surpresa", afirma o economista. Ele lembra que esse movimento é compatível com a conjuntura atual, que ficou mais complicada, com o aumento da taxa básica de juros, inflação e renda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.