SÃO PAULO - Entrou em vigor nesta segunda-feira (5) as novas regras para portabilidade de crédito imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central do Brasil.
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), apesar de as taxas para financiamento imobiliário não mostrarem oscilações e a perspectiva de aumento da taxa básica de juros (Selic) ser desfavorável para a portabilidade do crédito, existem fatores que acabam pressionando as instituições financeiras a reduzirem as taxas de juros na tentativa de reter seus clientes.
Esses fatores influenciam também para que outras instituições financeiras tenham o interesse em obter novos clientes, o que deve contribuir para as negociações para chegar a taxas de juros mais baixas.
Um deles é a possibilidade de fidelização do cliente por longo período de tempo. Além disso, negociar a taxa do crédito imobiliário dá a possibilidadede agregar novas receitas , tais como venda de seguros, títulos de capitalização, consórcios, planos de previdências. Outras operações de crédito, como cheque especial, cartão de crédito, empréstimos e financiamento de veículos, também tornam interessante para o banco manter o cliente. Aumentar a carteira de clientes é outro fator que promete estimular a concorrência após as mudanças na portabilidade do crédito imobiliário.
Confira a seguir duas simulações elaboradas pela Anefac que mostram como ficariam estes financiamentos considerando uma redução no custo destes empréstimos pela portabilidade.
Exemplo 1: financiamento no valor de R$ 1.000.000,00 de um imóvel pelo prazo de 30 anos (360 meses) pelo sistema de amortização de juros na tabela Price, considerando o CET ( Custo Efetivo Total).
Taxa de juros | Valor parcela mensal | Valor total anual | Redução no valor do financiamento |
10% | R$ 8.841,60 | R$ 3.053.376,00 | - |
9,5% | R$ 8.132,72 | R$ 2.927.779,20 | R$ 125.596,80 (redução de 12,56% do valor original financiado) |
9% | R$ 7.788,57 | R$ 2.803.885,20 | R$ 249.490,80 (redução de 24,95% do valor original financiado). |
Exemplo 2: financiamento no valor de R$ 1.000.000,00 de um imóvel pelo prazo de 30 anos (360 meses) pelo sistema de amortização SAC (Sistema de Amortização Constante) nas taxas de juros, considerando o seguinte CET (Custo Efetivo Total).
Taxa de juros | Valor 1a parcela | Valor última parcela | Valor total pago | Redução no valor do financiamento |
10% | R$ 11.111,11 | R$ 2.800,93 | R$ 2.504.166,67 | . |
9,5% | R$ 10.694,44 | R$ 2.799,77 | R$ 2.428.958,33 | R$ 75.208,34 (redução correspondente a 7,52% do valor original financiado) |
9% | R$ 10.277,78 | R$ 2.798,61 | R$ 2.353.750,00 |
R$ 150.416,67 (redução correspondente a 15,04% do valor original financiado) |