SÃO PAULO - Fundos imobiliários são normalmente vistos como investimentos moderadamente voláteis, ideais para investidores iniciantes em renda variável ou em busca de opções para o longo prazo. Mas, para Fernando Fraga Alves, esse tipo de ativo também é objeto para operar diariamente em grandes volumes - o famoso day trade.
O especulador conversa nesta sexta-feira (8) com Arthur Vieira de Moraes, professor do InfoMoney Educação e especialista em fundos imobiliários. Juntos, discutem a viabilidade do day trade com fundos imobiliários e exploram as oportunidades neste mercado.
"Vi no mercado de fundos imobiliários a questão de analisar valor: o que tem além do preço para analisar?", comenta Fernando. Ele diz que sentia falta desse tipo de análise mais qualitativa em especulações com câmbio, por exemplo. "Eu acho que tem um cenário maravilhoso para fazer trade", e o fundo imobiliário é perfeito para usar todas as técnicas: "cada um tem uma técnica, e o fundo imobiliário é perfeito para a junção de todas".
As duas variáveis mais importantes para o especulador são tempo e dinheiro. Ele opera tanto com day trade como em operações de compra e venda que levam mais tempo. "Em fundos imobiliários é muito fácil identificar se o ativo está barato ou está esticado. E se ele está esticado, fatalmente ele vai cair", opina.
Ele encara o trade como se estivesse assistindo a uma série - acompanhando com calma. Diz que o segredo para lucrar com esses ativos é entender onde está o valor de cada ativo imobiliário. "Assim, você vai comprar abaixo do preço justo e vender acima do preço justo" - o que, para o investidor, é mais fácil com FIIs do que com ações.
"Com o fim da queda da Selic, tijolo despencou e o fundo de papel não despencou", analisa o convidado. "Nitidamente neste momento você vê facilmente um FII esticado: o rendimento dele está abaixo da Selic? A vacância é alta? O rendimento está garantido?", lista. Inquilino bom, comparação com o rendimento garantido e liquidez são outras frentes analisadas.
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Como fundos imobiliários não têm análise de tendência de alta e baixa, como as ações, o que se analisa é a falta de liquidez. Neste sentido, o maior segredo é que o investidor saiba o que irá fazer quando o preço cair ou subir.
"O preço vai movimentar não porque está caindo ou subindo", explica, mas porque o gerente do banco gestor do fundo está conseguindo vender mais ou menos papeis. "É uma característica completamente diferente de ação, dólar e índice", diz. "Análise gráfica com FII não serve para nada", crava.
Para ele, o fundo imobiliário é "perfeito". Isso porque, entre outros fatores, "não tem trader grande", tem um baixo volume de estrangeiro e corretagem zerada. Isso tudo além de proteção pelos proventos, acessibilidade com quantias baixas de dinheiro e a probabilidade de manter o fundo por mais tempo - não necessariamente fazer day trade. "A baixa liquidez, que é um problema para muitos, para mim é uma vantagem", conclui.
Confira todas as dicas do trader no vídeo acima.