São Paulo – Quem investe em fundos imobiliários tem motivos para ficar feliz com a recente medida anunciada pelo governo, que isenta os investidores estrangeiros do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compra de cotas dos fundos.
Segundo Arthur Vieira de Moraes, especialista em fundos imobiliários, com a isenção do imposto mais estrangeiros devem ser atraídos para os fundos, beneficiando os cotistas. “É possível que no primeiro momento o excesso demanda valorize cotas, mas também não acho que ocorra uma alta desenfreada”, afirma.
Ele acredita que em um segundo momento, a maior entrada de investidores deve trazer as cotas a um preço mais justo. “Os fundos imobiliários são extremamente populares lá fora, sobretudo nos Estados Unidos. Muitas pessoas investem e por isso se interessam em diversificar aplicando em outros países. E o investidor de lá é profissional, por isso ele deve contribuir para precificar melhor as cotas”, diz Moraes.
Outra possibilidade levantada pela chegada de investidores estrangeiros seria uma reestruturação dos tipos de fundos imobiliários disponíveis no mercado. Para o especialista, os novos participantes não devem se interessar por fundos que possuam poucos ativos e poucos investidores, já que estão acostumados com fundos "gigantescos". Isso poderia incentivar a criação de fundos maiores e mais estruturados.
Por outro lado, com a chegada de mais investidores, é de se questionar se os fundos não ficariam mais vulneráveis aos mercados internacionais por causa de uma eventual fuga de investidores quando houvesse uma maior aversão a risco. Tal movimento tornaria o investimento mais volátil.
“Um pouco mais volatilidade pode acontecer, mas dificilmente no mesmo ritmo que ocorre no mercado de ações. O fundo imobiliário é um produto muito menos volátil e quem compra visa um rendimento mensal. Em uma crise, por exemplo, o medo não quebra contratos de aluguel”, opina Moraes.
Como funciona o investimento?
Os fundos imobiliários possibilitam o investimento em imóveis, sem que seja preciso comprá-los diretamente. Por meio de uma corretora, o investidor compra cotas do fundo, que investe em um ou mais imóveis comerciais, corporativos, residenciais e outros para ganhar com sua valorização ou com a renda dos aluguéis.
Eles também podem investir em recebíveis imobiliários, que são papéis com lastro em imóveis, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).